Títulos conversíveis: a Fidelity está certa em relação a uma ‘era de ouro’?

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Uma análise recente da Fidelity sugere que as obrigações convertíveis estão preparadas para um crescimento significativo, potencialmente entrando numa “era de ouro”, à medida que o mercado ultrapassa os 300 mil milhões de dólares em dívida pendente. Mas o que são obrigações convertíveis e os investidores médios deveriam considerar adicioná-las às suas carteiras? Este artigo analisa os principais conceitos e riscos desta classe de ativos híbridos.

O que são títulos conversíveis?

Os títulos conversíveis combinam características dos títulos tradicionais e das opções de ações. Eles pagam pagamentos de juros fixos como títulos padrão, ao mesmo tempo que dão ao titular a opção de converter o título em um número predeterminado de ações da empresa emissora. Esta estrutura oferece um perfil de risco-recompensa único: rendimento de juros, com potencial para ganhos de capital se o preço das ações da empresa subir.

Esta flexibilidade torna-os atraentes em tempos económicos incertos. A Fidelity salienta que as obrigações convertíveis são “menos sensíveis do que muitas outras obrigações aos riscos que as alterações nas taxas de juro podem representar”, embora ainda beneficiem da força do mercado accionista.

Por que eles se tornaram repentinamente populares?

Vários factores estão a impulsionar um interesse renovado em obrigações convertíveis:

  • Upside do patrimônio com proteção de renda fixa: Os investidores podem participar de ganhos potenciais em ações sem a volatilidade total da propriedade direta de ações. Os pagamentos do principal e dos juros do título servem como uma rede de segurança se as ações apresentarem desempenho inferior.
  • Atractivos em mercados voláteis: Com as taxas de juro potencialmente em declínio até 2026 e o ​​desempenho das acções desigual, os títulos convertíveis oferecem um meio-termo entre as obrigações tradicionais e as acções.
  • Mercado em crescimento: O mercado de obrigações convertíveis ultrapassa atualmente os 306 mil milhões de dólares, com muitas empresas de tecnologia e IA a aproveitá-las para angariação de capital sem diluição imediata do capital.
  • Acesso a empresas de alto crescimento: Empresas em setores de ponta, como IA e ativos digitais, estão usando cada vez mais dívida conversível. A MicroStrategy, por exemplo, emitiu bilhões em títulos conversíveis para financiar compras de Bitcoin, proporcionando aos investidores uma maneira de participar do lado positivo da criptografia sem as oscilações diárias de preços.
  • Diversificação: Os conversíveis combinam exposição a dívida e ações, aumentando a diversificação do portfólio e reduzindo o risco geral.

As desvantagens: complexidade e custos

Apesar de seus benefícios potenciais, os títulos conversíveis apresentam desvantagens:

  • Complexidade: Seu desempenho depende da qualidade de crédito do emissor, da direção das ações e das tendências das taxas de juros. Compreender as taxas de conversão e os recursos de chamada requer experiência.
  • Rendimentos mais baixos: As empresas podem oferecer taxas de cupom mais baixas devido à opção de conversão de ações, o que significa que os investidores que buscam renda pura podem considerá-los menos atraentes do que os títulos tradicionais.
  • Risco semelhante ao de ações: Embora protejam contra desvantagens, os conversíveis não estão imunes às quedas do mercado. Uma queda acentuada nas ações subjacentes pode desvalorizar o título.
  • Liquidez Limitada: O mercado de títulos conversíveis é menor do que os mercados de ações ou títulos, o que significa que a liquidez pode secar durante períodos de estresse.

Você deve investir?

Os títulos conversíveis podem oferecer exposição a empresas em crescimento com proteção contra perdas, mas não são para todos os investidores. O acesso individual é limitado; a maioria dos investidores precisará usar fundos ou ETFs gerenciados profissionalmente, como o Convertible Securities Fund (FCVSX) da Fidelity.

Conclusão: Pode valer a pena considerar títulos conversíveis no ambiente atual, mas é essencial uma pesquisa completa sobre os riscos, custos e adequação aos seus objetivos de investimento. É recomendável trabalhar com um consultor financeiro.